imagem: Rodrigo Benatti
Não se deixe abalar por estas plumas que fazem cócegas nos
teus pés. Não exploda sua paixão sem controle. Olho para o mar pensando no
abismo que me joguei, penso se foi bom e me digo que sim. É sempre bom voar,
mesmo que a queda seja intensa, dolorosa e longa. É sempre bom voar no escuro
dos seus olhos olhando os meus. Agora eu paro em frente ao mar pensando no
infinito azul. Não quero mais compreender
o incompreensível. Somos apenas seres viventes de impulsos nervosos e tensões osciladoras.
Não espero mais nada dos teus olhos fechados, que agora, quando abrem olham
para outra direção. Não espero nada do escuro. Não espero mais nada, só penso na
infinitude do mar.