Sempre tive fascínio pelo céu... ia pela estrada com os
olhares hipnotizados nos tons de azul e nas formas das nuvens. O céu sempre me
chamou, me trouxe a liberdade que eu tanto desejo. Dessa vez, na estrada, a
paisagem que me puxou os olhares não foi a do azul, meu olhar estava mais
baixo. Me encantava com as formas das árvores e os tons de verde das plantas e gramados misturados com
os tons secos das montanhas. A árvore sozinha no alto da montanha verde viva
falou comigo palavras sem lógica, mas cheias de amor e beleza. O conjunto de
laranjeiras tinha um amarelo gritante num berro natural e minimalista. E o
conjunto de árvores que não sei a espécie, com um ar de filme europeu me
transportou para outro espaço bem longe de mim. A árvore seca acinzentada me
mostrava o silêncio do qual as pessoas tem medo, aquele silêncio que provoca o
tão difícil encontro com nosso eu. E os pequenos galhos e folhas saídos das
pedras me ensinavam que tudo é possível dependendo do nível de determinação que
se tem. Aquele campo verde com um lago
imenso, me lembrou do quanto sou pequena nesse mundo. Sou uma formiguinha perto
daquelas árvores de tronco grosso com raízes expostas e barrocas. Lembrei de Arnaldo Antunes me cantando: "As
árvores são fáceis de achar, ficam plantadas no chão"... Lembrei também da
árvore da parada do 52 perto da minha casa, em Natal. A árvore que dá sombra e acompanha
aqueles que esperam, que avisa aos ônibus que ali tem gente esperando. Aquela
árvore já me protegeu do sol do meio dia e já conversou comigo algumas vezes
quando a espera era longa. Lembrei da nossa longa conversa numa noite a uns 6
anos atrás.
sexta-feira, 20 de junho de 2014
Árvores
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