quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Ela e Ele

Ele olhou pra ela com um tom meio triste. Ela abaixou a cabeça, tentando esconder as lágrimas. Ele não sabia o que fazer naquele momento, não sabia se tocava o seu ombro, não sabia o que dizer, se sabia se a abraçava. Afinal ele tinha acabado de lhe dar a notícia mais triste que poderia imaginar.

Ele bateu a porta sem muita coragem, torcendo para que ela não estivesse em casa. Ela abriu.
- Oi! pausa. Nossa que cara! o que aconteceu?
- O ônibus que seu pai e seu filhos estavam, foi atacado e queimado. Eles morreram.
O silêncio toma conta do lugar.

Ela andou até a sala buscando lugar pra sentar, sentou no sofa. Efim gritou, chorou, se levantou, perguntava " por quê? o que eu fiz pra merecer isso?", sentou, não sabia o que fazer, estava nervosa. Olhou pra ele abriu um sorriso triste e choroso
-Você tá brincando comigo, diz que é brincadeira por favor, diz, diz . Grita. Dizzz por favor...
Suas pernas perdem a força e ela cai no chão, passa a mão pelos cabelos, bagunça-os. Ele não sabe que atitude tomar, aquela perda era incalculavél.

Ele foi abraça-la, mas ela disse pra ele sair, ela precisava ficar sozinha. Ele exitou, tinha medo de deixa-la sozinha naquele momento, mas ela insistiu para que ele fosse embora. Então ele foi.

Ela naquele momento pensou em se matar, seu pai e seus filhos eram tudo o que ela tinha. As únicas pessoas que ela tinha certeza que sempre estariam com ela. Foi a cozinha, buscou uma faca. Ficou olhando para a pequena faca em sua mão. Vivendo um dilema interno.

-Não há mais razão pra viver!
-Eles não iam querer me ver assim!
-Mas eu nunca mais vou conseguir ser a mesma pessoa alegre!
-Eu tenho tanta coisa pra fazer ainda, na minha vida...
- Mas qual vai ser a graça sem eles?
Fincou olhando pra faca paralisada. foi quando o seu filho mais velho veio a sua mente. Ele estava sorrindo feliz pois tinha marcado sua primeira cesta de três pontos, num jogo decesivo de basquete. Ele vibrava com a sua bola na sala de casa, só falava dessa cesta. E o seu filho mais novo dizia:
- Eu também vou ser um grande jogador, né mamãe?
Eles eram crianças inocentes, um tinha 13 anos e o outro 6.
Ela segurou a faca com mais força, mas no momento em que se preparava pra cortar seus pulsos, a voz do seu pai ecoou em sua mente.
- Não faz isso filha! O mundo precisa de você!
- Pai!?
Alguém bateu a porta ela levou um susto e foi abrir na esperança de que fosse seu pai. Era ele de novo. Ao ver que ela segurava uma faca, perguntou:
-Você ia...
- Ia, mas não vou mais. O mundo precisa de pessoas como eu e como você, que somos do bem e estamos dispostos a mudar esta situação. Eu vou viver! Eu vou contribuir para a transoformação do espaço em que vivemos!

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