segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sobre Aquilo Que Vi

Para Alexandre


Segunda, 30/06/2014

Uma vez li uma fábula em que um peixe virava homem. Hoje vi homem virar chuva escorrendo no espaço.
As mãos da chuva eram feitas de rocha fundida em placas tectônicas em movimento; o peito era feito de água-viva; e os pés, das raízes de um baobá. O resto era chuva dançando em pingos grossos de um temporal silencioso.
Os pontos luminosos do céu me indicavam caminhos não óbvios para o existir de minh’alma transeunte, e a chuva, que eu via fundida ao homem, levava meu olhar numa valsa incandescente.
Num espaço mágico, tão mágico como aquele, as possibilidades reverberam à existência daquilo que é visível, com cores de passagem, num instante transitório onde tempo e espaço são narrados pela ação.

E tudo vira poesia narrada pelo cruzeiro do sul e pela luz alaranjada e prateada e azul. E o silêncio grita a minha gratidão em poder presenciar essa existência revelada pela transitoriedade de ser em vida. 

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